Realismo Clássico
A
teoria Realista é a primeira a ser estudada nos cursos de Relações
Internacionais, ela é essencial para entender de que modo os Estados atuam no Cenário
Internacional. De uma forma geral, a teoria Realista passa a observar o
potencial conflitivo dos Estados. Ela se desenvolveu pela triste situação em que
se encontravam os mecanismos de política de apaziguamento, mecanismos esses que
são as Organizações Internacionais e também as políticas de cooperação, que foram
construídas na Europa durante o entreguerras no ano de 1919 á 1939, ou seja, o intervalo
entre a 1º e a 2º Guerra Mundial.
O Realismo
veio com o intuito de compreender as relações dos Estados para além das metas
morais e analisa o Sistema Internacional como algo mais objetivo, entendendo o Estado
como Egoísta e que atua de forma independente no Sistema Internacional para
alcançar os seus objetivos, não importando quais os meios e sendo o meio mais
utilizado o da Guerra. Os autores Realistas possuem pilares comuns na qual subsidiam
seus argumentos, como a própria Anarquia do sistema internacional, a desconfiança
entre os Estados e a Soberania Nacional. A especificidade de análise da Teoria Realista é identificar os comportamento
e ações dos Estados puro e especificamente em busca do interesse próprio.
Ator Principal
O
único e principal ator que atua no sistema internacional dentro da Teoria
Realista é o ESTADO, basicamente entende-se como uma teoria ESTADOCÊNTRICA, sendo
o Estado o ator mais importante dentro do cenário internacional.
Historicamente, o Estado passou a ter esse papel relevante a partir da sua
criação com a assinatura do Tratado de Vestfália (Westphalia) em 1648. Onde se
estabeleceu as fronteiras territoriais e também a Soberania Nacional que deu aos
Estados mais autonomia para realizarem os seus interesses dentro de seu
território sem a interferência de países externos.
Sistema Internacional
A anarquia
é a característica principal do Sistema Internacional, não existindo
organização alguma que realmente possa coibir um Estado de realizar os seus
interesses, assim muitas vezes as Organizações internacionais não conseguem evitar
conflitos internacionais. Isso acontece por que os Estados são Soberanos e nenhum
outro ator como Instituições Internacionais, Estados podem inibir as ou estar
acima de suas decisões. Desta maneira fica claro que o Sistema Internacional é
regido por um complexo de desconfiança, por que todos os Estados procuram
atingir seus interesses nacionais, a partir disto começa a surgir ás
competições com os outros Estados que possuem os mesmos objetivos.
É
interessante notar que mesmo o Sistema Internacional sendo anárquico ele possui
uma ordem no caos, como assim? Obviamente alguns Estados possuem uma capacidade
bélica igual ou muito maior do que a de outros Estados. Os Estados ficam
largados a própria sorte dentro do Sistema Internacional e pela compreensão da
teoria Realista questões de Guerras e Conflitos são vistas como normais e
necessárias. Por que é um aspecto essencial da própria reprodução e
consolidação dos Estados, agora ficando até mais claro entender por que a
Teoria se chama “Realista”. Essa ordem no caos é mais conhecida como o
Equilíbrio de Poder, onde a estabilidade do Sistema Internacional é gerada a partir
da própria lógica da competição. Essa estabilidade acontece por causa da
competição dos Estados que praticamente possuem as mesmas capacidades bélicas, assim
acabam se anulando simultaneamente. Mesmo que nenhum Estado se sinta
confortável no seu estado atual (Status Quo) ele possui a consciência de que
nesse sistema, ainda existe uma margem de manobra para continuar perseguindo os
seus interesses e logicamente a sua sobrevivência.
Este
arranjo de competição leva ao equilíbrio entre as principais Potências nas
Relações Internacionais, estruturando o sistema internacional em relações de
forças. Nesta conjuntura os Estados que possuem menos capacidades bélicas
passam a procurar alianças com os outros Estados.
Apesar de ser uma teoria bastante criticada o Realismo se mostra
como uma corrente muito forte e bastante utilizada para entender e explicar
alguns fatos históricos nas Relações Interestatais.
Bruno Alves
Expoentes
Maquiavel-“Virtú e Fortuna”; Thomas Hobbes-“O Homem é o Lobo do
Homem”; Tucídides.
Post baseado nos livros:
MAGNOLI, Demétrio. O Mundo Contemporâneo. p 24 á 34, 1996.
PECEQUILO, Cristina Soreanu. Introdução ás Relações
Internacionais. p 38 á 142.
Petrópolis: Vozes, 2004.
Livros Recomendados:
O Príncipe - Maquiavel
Leviatã - Thomas Hobbes
História da Guerra do Peloponeso - Tucídides
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